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Paraguai era entreposto para cocaína colombiana de traficantes do Estado

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Policiais cumpriram 11 mandados de busca e apreensão em cidades de cinco estados, incluindo Amambai, em Mato Grosso do Sul.

Foto: Divulgação/PF

Operação da Polícia Federal mirou em grupo que utilizava aviões para trazer drogas pela fronteira de MS com o país vizinho

A Polícia Federal (PF) mirou ontem uma quadrilha especializada no tráfico de drogas que utilizava aviões para trazer o produto do Paraguai para o Brasil. Segundo a investigação, é provável que parte dos entorpecentes vinham da Bolívia e/ou da Colômbia, países conhecidos pela produção de cocaína.

De acordo com a PF, as investigações tiveram início em 2019, após uma apreensão de um helicóptero carregado com cocaína, em Naviraí, região sul do Estado. A partir daí, várias apreensões relacionadas a esse grupo foram feitas pela PF, tanto em Mato Grosso do Sul quanto em outros estados.

A investigação verificou que a quadrilha usava o Paraguai como um entreposto, onde as drogas, tanto maconha quanto cocaína, ficavam armazenadas para serem transportadas para estados brasileiros.

“Embora o Paraguai não seja um país produtor de cocaína, ele é comumente utilizado como entreposto logístico por organizações criminosas”, informou a PF ao Correio do Estado.

Por ser um Estado com grande extensão de fronteira com o Paraguai, a quadrilha utilizava a região para ingressar com esses produtos, mesmo após a colocação de estação radar da Força Aérea Brasileira (FAB) em Ponta Porã e Porto Murtinho, que fazem limite com municípios paraguaios, e em Corumbá, na divisa com a Bolívia. A implantação dos equipamentos começou em agosto de 2020 e terminou em junho de 2021.

Esses equipamentos foram descritos na época como de última geração, com capacidade de detectar aeronaves cooperativas e não-cooperativas, além de precisão na detecção dos alvos, inclusive aeronaves com velocidade baixa ou nula, como os helicópteros, ou com velocidade e elevada capacidade de manobra, como os aviões de caça.

Porém, segundo a PF, ainda assim, essas aeronaves ligadas ao tráfico conseguem burlar o sistema e passar para o lado brasileiro.

“As aeronaves utilizadas pelo grupo criminoso costumavam voar a baixa altitude, cerca de 200 metros, justamente para evitar a detecção pelos radares instalados na região de fronteira”, justificou a PF.

Ainda segundo as investigações, além do helicóptero encontrado com cocaína em 2019, foram realizadas várias outras apreensões ligadas à quadrilha. A maior delas foi em 2023, quando um avião de pequeno porte foi interceptado no interior de São Paulo após cruzar a fronteira de Mato Grosso do Sul sem plano de voo.

O fato aconteceu em Caporanga, um distrito de Santa Cruz do Rio Pardo (SP), na manhã do dia 18 de janeiro daquele ano. O avião ingressou no espaço aéreo brasileiro vindo do Paraguai e foi interceptado por caças A-29 Super Tucano.

Segundo informado na época pela imprensa local, para tentar fugir do acompanhamento feito pelos caças da FAB, o piloto fez a manobra em uma plantação de soja e realizou uma aterrissagem de emergência. Os dois homens que estavam na aeronave tentaram fugir para o meio da plantação, porém, um deles foi capturado pela polícia. No avião estavam 250 kg de cocaína e outros 250 kg de pasta base de cocaína.

Ao todo, durante os seis anos de investigação, a PF afirmou que foram apreendidas 27 toneladas de maconha, 1,1 tonelada de cocaína, 2,3 toneladas de skunk e duas aeronaves, além de sete prisões em flagrante.

TANGO DOWN

Na operação realizada ontem, a Tango Down, foram emitidos nove mandados de prisão preventiva e 11 de busca e apreensão, expedidos pela Justiça Federal de Mato Grosso do Sul, em cinco estados.

Em Mato Grosso do Sul, os mandados foram cumpridos em Amambai. Já no Paraná, os envolvidos eram das cidades de Alvorada do Sul, Marilena e Porecatu. Barra Funda, no Rio Grande do Sul, e São Bento do Sul, em Santa Catarina, também estavam na investigação. Em São Paulo, os alvos são de Mogi-Guaçu e Araçatuba.

Na ação de ontem, ainda conforme a PF, 50 policiais federais atuaram no cumprimento das ordens judiciais, resultando na prisão preventiva de seis pessoas e na apreensão de veículos e duas armas de fogo. Três investigados permanecem foragidos.

SAIBA

Segundo a Polícia Federal, até o momento, as investigações ainda não mostraram envolvimento da quadrilha com nenhuma facção criminosa, tanto do Rio de Janeiro quanto de São Paulo.

Fonte: correiodoestado.com.br

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