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Setor privado tem mais de R$ 81 bilhões em investimentos previstos para MS

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A chilena Arauco já está com as obras em andamento em Inocência, a megafábrica tem investimentos estimados em R$ 24 bilhões.

Foto: Divulgação

Empresas trazem desenvolvimento para diferentes setores econômicos, geram novos empregos e renda do Estado

Nos próximos anos, Mato Grosso do Sul receberá altos investimentos privados que vão contribuir com a economia do Estado. Levantamento feito pelo Correio do Estado, com informações de órgãos governamentais, associações e federações de setores fortes no Estado e cooperativas de produtores, aponta investimentos confirmados de R$ 81,5 bilhões. 

“Mato Grosso do Sul entrou na fase de grandes investimentos industriais, agrícolas, entre outros, dentro da divisão internacional do trabalho. Os impactos serão significativos, com a mudança do padrão de desenvolvimento do Estado”, comentou o mestre em Economia, Eugênio Pavão. 

Toda região da costa leste do Estado se consolidou como o Vale da Celulose, e três grandes empreendimentos foram anunciados, juntos somam pelo menos R$ 65 bilhões. 

A chilena Arauco já está com as obras em andamento no município de Inocência. O Projeto Sucuriú é o maior investimento da história da companhia, com um investimento de US$ 4,6 bilhões (aproximadamente R$ 24 bilhões). A megafábrica ocupará 3,5 mil hectares, com previsão de iniciar as operações em 2027. A nova fábrica terá a capacidade de produzir 3,5 milhões de toneladas de celulose por ano.

Também na área da celulose, a segunda linha da Eldorado Brasil Celulose deve demandar investimento de pelo menos US$ 5 bilhões (R$ 28 bilhões). Com o acordo entre a J&F e a Paper Excellence, para a compra das ações da empresa sino-indonésia da Eldorado, a construção da segunda linha de produção da empresa, localizada em Três Lagoas, pode ser destravada já nos próximos anos.

Conforme já publicado pelo Correio do Estado, a nova planta da Eldorado só aguardava a resolução do imbróglio judicial entre a holding e os indonésios para que o plano de ampliar a produção fosse colocado em prática. 

A asiática Bracell também anunciou investimentos no Estado, no município de Bataguassu. Prevista inicialmente na cidade de Água Clara, a mudança de planos resultou em R$ 13 bilhões para o empreendimento de produção de até 2,9 milhões de toneladas anualmente.

O governador Eduardo Riedel afirmou que as obras para instalação da megafábrica da Bracell em Bataguassu devem começar já em fevereiro de 2026. “Uma fortaleza gigante e global que temos aqui é a transição energética, a produção de alimentos e a sustentabilidade. Essas são nossas fortalezas. O governo do Estado apostou alto na atração, diversificação e na completude da cadeia produtiva de todas essas áreas”, frisa.

O titular da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), Jaime Verruck, disse, durante evento do setor florestal no fim de agosto, que o Vale da Celulose de MS já é um conceito reconhecido globalmente.

 “A cidade de Três Lagoas se consolidou como a capital da celulose. Hoje, temos uma produção competitiva, sustentável e que disputa de igual para igual com qualquer país do mundo”, acrescentou. 

OUTROS INVESTIMENTOS

Além da celulose, o grupo J&F, dos irmãos Joesley e Wesley Batista, ainda planeja aplicar R$ 5,5 bilhões na ampliação da produção de minério de ferro e manganês em Corumbá. Ainda na holding dos Batista, a JBS está investindo R$ 1,2 bilhão na unidade da Seara e deverá contratar mais 2 mil trabalhadores para o frigorífico de suínos em Dourados.

No mês passado, a boliviana IFA anunciou a primeira indústria farmacêutica de Mato Grosso do Sul. Com R$ 45 milhões em investimentos, a inauguração está prevista para o segundo semestre de 2026. O anúncio foi feito durante reunião no Conselho Federal de Farmácia de Mato Grosso do Sul (CRF-MS). 

A fábrica atuará no município de Terenos. Conforme divulgado pelo governo, a meta da empresa é gerar 120 empregos na cidade na primeira etapa de operações. A indústria tem como objetivo produzir fármacos de uso oral em cápsulas gelatinosas destinados ao consumo interno e à exportação, como óleo de chia, ibuprofeno, spirulina, meloxican, picossulfato de sódio e nistatina.

No início deste ano, também foi anunciado que Mato Grosso do Sul terá a maior usina do mundo de biometano gerado a partir da vinhaça de cana-de-açúcar, além de mais duas usinas de etanol de milho.

O anúncio foi feito pela Atvos, uma das maiores produtoras de biocombustíveis do Brasil e um dos principais emissores de créditos de descarbonização (CBIOs) do País. Estão previstos investimentos de R$ 3,5 bilhões nos municípios de Nova Alvorada do Sul e Costa Rica. As obras das unidades devem ser desenvolvidas ao longo dos próximos anos, como contribuição direta à meta do MS Carbono Neutro 2030. 

Até o fim deste ano, ainda deve ser concluído o frigorífico Aurora Coop, em São Gabriel do Oeste. Anunciado no ano passado, o empreendimento era uma das maiores unidades industriais de processamento de suínos de toda região Centro-Oeste. Os investimentos foram de R$ 320 milhões, e a unidade terá capacidade de abate incrementada em 60%. A unidade está habilitada para exportação de cortes e miúdos de suínos para países como Vietnã, Uruguai, Singapura, Paraguai, Moldávia, Hong Kong e Emirados Árabes. 

Ainda outro investimento feito no passado, e que segue em andamento, é a indústria de soja da Copasul, no município de Naviraí. O investimento total supera R$ 1 bilhão. A empresa contabiliza mais de 300 colaboradores de empresas terceirizadas atuando na obra, que deve chegar a 1,5 mil até a inauguração. A previsão de conclusão do projeto é em março de 2027. 

FERTILIZANTES

Uma promessa antiga e muito aguardada é a conclusão da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados III (UFN3), localizada em Três Lagoas. Já há mais de uma década de embate, mais de um ano após visita da comitiva da Petrobras e do governo federal para confirmar a retomada das obras, nenhum avanço foi feito até agora, conforme divulgado pela reportagem do Correio do Estado em junho deste ano. 

A fábrica, paralisada desde 2014, com cerca de 81% das obras concluídas, é vista como um passo crucial para reduzir a dependência brasileira de fertilizantes importados. O orçamento para a sua  conclusão está em US$ 800 milhões, aproximadamente  R$ 4,6 bilhões. 

Fonte: correiodoestado.com.br

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