Dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que existem 1.519 quilombolas em seis municípios de Mato Grosso do Sul.
Dos 1.519, 1.145 se identificam como quilombola e 374 vivem em comunidades quilombolas, mas não se identificam.
Os municípios em que os quilombolas residem são Campo Grande (35,48%), Jaraguari (18,56%), Nioaque (13,82%), Corguinho (9,61%), Maracaju (8,22%), Itaporã (7,17%), Dourados (5,39%) e Rio Brilhante (1,71%).
Em Mato Grosso do Sul, essa população está distribuída em comunidades: Tia Eva (428), Furnas do Dionísio (282), Furnas da Boa Sorte (146), Famílias Araújo e Ribeiro (143), Dezideirio Felipe de Oliveira e Picadinha (128), Colônia de São Miguel (125), Chácara Buriti (111), Família Cardoso (67), Picadinha (63) e Família Jarcem (26).
A população é composta por mulheres (50,10%) e homens (49,90%). Quilombola são os descendentes de comunidades formadas por escravizados fugitivos, os chamados quilombos, no Brasil. Eles fazem parte da história, cultura e ancestralidade brasileira.
De acordo com o IBGE, Mato Grosso do Sul (0,74%) ocupa a 19º posição entre os estados brasileiros com maior população quilombola. Os estados com maior porcentagem são Pará (23,81%), Maranhão (16,38%) e Bahia (11,02%). Já as unidades federativas com menor porcentagem são Rondônia (0,11%) e Santa Catarina (0,32%).
Segundo a responsável pelo Projeto de Povos e Comunidades Tradicionais do IBGE, Marta Antunes, a população quilombola está crescendo no Estado.
"Os dados demonstram que essas populações estão crescendo, seja por um incremento vegetativo, seja por recuperação de perdas populacionais anteriores, o que pode vir a suscitar necessidades específicas para as futuras gerações. Esses territórios são vivos, habitados por populações que pensam seus territórios para gerações futuras", explicou.
QUILOMBOS E DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA O Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro, é um feriado nacional no Brasil.
Instituído pela Lei nº 14.759/2023, o Dia da Consciência Negra passou a ser feriado nacional, pela primeira vez em 2024, em todas as 27 unidades federativas do Brasil.
A data homenageia Zumbi dos Palmares e serve como um momento de reflexão sobre a história e a cultura afro-brasileira, além de promover a conscientização sobre questões raciais.
O dia tornou-se um marco para refletir sobre a luta histórica da população negra, o combate ao racismo e a valorização das raízes africanas que moldaram o país. Entre os protagonistas dessa história estão as comunidades quilombolas, herdeiras diretas dos povos que resistiram à escravidão e criaram formas próprias de organização social, cultural e territorial.
Reconhecidas constitucionalmente como grupos étnicos com trajetória histórica própria, os quilombos contemporâneos preservam tradições, modos de vida e práticas coletivas que remontam ao período colonial.
Em diversas regiões, do Norte ao Sul do país, essas comunidades enfrentam hoje desafios semelhantes aos vividos por seus ancestrais: a luta pela regularização fundiária, o acesso a políticas públicas e a proteção de seus territórios contra pressões econômicas.
Assim, enquanto o país celebra o Dia da Consciência Negra, as comunidades quilombolas lembram que sua história é parte essencial da construção da nação.
Fonte: correiodoestado.com.br
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