A vitória do Santos sobre o Atlético-MG por 2 a 0, na última quarta-feira, na Vila Belmiro, pela quarta rodada do Campeonato Brasileiro, passa diretamente pelo técnico interino César Sampaio. O profissional "descomplicou" o método de seu antecessor, Pedro Caixinha, e o time correspondeu em campo para conseguir a primeira vitória na competição.
O grande trunfo de Sampaio foi justamente esse. Fazer o simples. Ele não precisou dos pilares do português para fazer com que o time se mostrasse mais competitivo em campo. O interino manteve o esquema tático, com as fases que alteravam entre 4-2-3-1 no ataque e 4-4-2 na defesa. Algo parecido com o que adotava Caixinha.
Comandante interino do Peixe, o ex-volante do Santos e da seleção brasileira abriu mão da marcação individual, mais agressiva, e de uma pressão forte na saída de bola do adversário. A equipe alvinegra marcou em bloco, tendo o que Sampaio chamou de "paraquedas" para auxiliar. Ou seja, em caso de um erro, existiam outros atletas para compensar, decisão que expôs menos o sistema defensivo.
Apesar da pressão exercida pelo Galo, principalmente após a saída de Neymar, o Santos pouco sofreu ou deu espaços em sua área. Isso fez com o que os visitantes abusassem de bolas longas e de lançamentos. Uma tática usada, por exemplo, pelo Fluminense em determinados momentos. Contudo, sem ter os laterais expostos e em desvantagem.
Ponto para César Sampaio, também, as entradas de Barreal e Gabriel Bontempo. O primeiro marcou mais um gol e foi uma válvula de escape importante pelo lado direito. Já o volante foi o principal jogador em campo, sendo o que hoje se chama de box-to-box. Aquele jogador que corre o campo todo. Volta pra marcar, ajuda a armar e, se derem espaço, aparece na área para finalizar.
Claro que, além da simplificação do jogo, o Peixe parecia estar mais ligado. A pressão pelo resultado não se voltou contra, mas pareceu fazer com que a equipe corresse mais. Não sofrer gols também auxiliou dentro desse processo.
Porém, nem tudo é alegria. A saída de Neymar mostrou que ainda existe uma deficiência no elenco do Santos. O time não tem um meia armador e criativo capaz de fazer o jogo fluir. Rollheiser foi testado, mas novamente passou sem muito brilho. Diego Pituca e Thaciano até atuaram por aquele setor, mas com características muito diferentes.
Sampaio falou que precisará preparar os substitutos enquanto Neymar não estiver disponível. Talvez essa seja a principal tarefa do interino para o clássico contra o São Paulo, no domingo, no Morumbis, pela quinta rodada do Brasileirão.
O Santos demonstrou que tem qualidade para não estar na zona de rebaixamento. E também que possui capacidade para ser competitivo contra times que, hoje, estão mais bem estruturados. César Sampaio disse a vitória sobre o Atlético-MG foi "o começo de algo grande". A impressão deixada pelo time em campo faz a expectativa, hoje, ser positiva em relação a esse futuro.
Fonte: ge.globo.com
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