Notícia

Bombardeios de Israel à Faixa de Gaza interrompem trégua; 413 morreram, diz Hamas

Compartilhar:
Cover Image

Palestinos esperam em hospital após ataque israelense, em 18 de março de 2025.

Foto: Reuters

Ataque pôs fim a trégua em vigor desde janeiro em Gaza. Militares israelenses afirmaram que bombardearam alvos do Hamas. Terroristas acusam Israel de encerrar cessar-fogo de forma unilateral e colocar reféns em 'destino incerto'.

As Forças Armadas de Israel lançaram uma série de ataques contra a Faixa de Gaza na madrugada de terça-feira (18) pelo horário local — noite de segunda-feira (17) pelo horário de Brasília.

Os bombardeios, que romperam com a trégua entre as duas partes, deixaram 413 mortos e 660 feridos, segundo o Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas.

Esta foi a primeira grande operação militar na região desde o início do cessar-fogo entre Israel e o Hamas, em janeiro.

Israel declarou que bombardeou alvos do Hamas e lideranças do grupo terrorista, mas o governo local do grupo terrorista afirmou que o ataque deixou centenas de civis mortos.

O gabinete do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse ter ordenado os ataques após o Hamas se recusar a libertar os reféns ainda mantidos em Gaza e rejeitar todas as propostas que receberam para uma segunda fase do cessar-fogo, ainda em negociação.

"Israel atuará, a partir de agora, contra o Hamas com força militar crescente", diz o comunicado. O governo disse que continuará na ofensiva enquanto for necessário, podendo ampliá-la. O ataque das Forças Armadas israelenses foi conduzido em conjunto com a Agência de Segurança de Israel, responsável pela inteligência do país.

Testemunhas relataram à Reuters terem presenciado uma série de explosões provocadas por ataques aéreos ao longo da Faixa de Gaza, e hospitais do território palestino receberam centenas de pessoas (veja vídeo acima).

Médicos que atuam no território afirmaram à agência que 200 pessoas morreram, incluindo várias crianças, e diversas ficaram feridas. Mais tarde, o Ministério da Saúde de Gaza disse que 254 pessoas haviam morrido. Depois, o número subiu para 326 mortos, ainda segundo o Hamas.

Segundo o Hamas, Mahmoud Abu Watfa, membro do alto escalão de segurança do grupo terrorista, foi morto durante os ataques.

De acordo com a Reuters, explosões foram observadas na Cidade de Gaza, em Deir Al-Balah, na região central, e em Rafah e Khan Younis, no sul. A Defesa Civil do território, contolada pelo Hamas, afirmou que 35 ataques aéreos foram registrados.

Uma autoridade do Hamas acusou Israel de romper com o acordo de cessar-fogo de forma unilateral, colocando os reféns mantidos em Gaza em um "destino incerto".

Diante da operação militar, Israel anunciou que está impondo algumas restrições para comunidades israelenses que ficam próximas da fronteira com a Faixa de Gaza. As aulas nestes locais, por exemplo, foram suspensas.

Ordens de evacuação em algumas regiões de Gaza foram emitidas por Israel na manhã desta terça, no horário de Brasília, e palestinos foram registrados deixando o território.

Outros ataques contra alvos na Faixa de Gaza foram registrados anteriormente, mas menores. No sábado (15), pelo menos nove pessoas morreram em um bombardeio no norte do território, de acordo com médicos que atuam na região.

O cessar-fogo entre Israel e o Hamas começou em 19 de janeiro. O acordo, dividido em três etapas, prevê uma pausa completa nos ataques, além da troca de reféns mantidos pelo grupo terrorista em Gaza por prisioneiros palestinos detidos em Israel.

Na prática, o prazo da primeira fase do cessar-fogo terminou em 1º de março. Israel e o Hamas chegaram a negociar uma extensão da trégua, mas não chegaram a um acordo. Com isso, o governo israelense anunciou a interrupção da entrada de ajuda humanitária no território palestino.

Enquanto isso, as duas partes negociam o início da segunda fase do acordo, com a mediação do Egito, Catar e Estados Unidos.

A guerra entre Israel e o Hamas começou em 7 de outubro de 2023, quando terroristas do grupo atacaram e invadiram o território israelense. Naquele dia, 1.200 pessoas foram mortas e mais de 200 foram sequestradas.

Nas semanas seguintes, Israel lançou uma operação em larga escala na Faixa de Gaza para combater e destruir estruturas do Hamas. Segundo o Ministério da Saúde do território, controlado pelo grupo terrorista, mais de 40 mil pessoas morreram, incluindo mulheres e crianças.

O conflito gerou instabilidade no Oriente Médio e se expandiu para outras regiões, envolvendo o Hezbollah, no Líbano, e o Irã. Além disso, rebeldes Houthis, do Iêmen, passaram a atacar navios comerciais no Mar Vermelho em protesto às ações de Israel.

Na Faixa de Gaza, a guerra provocou uma crise humanitária generalizada, deixando milhares de pessoas desabrigadas ou deslocadas e reduzindo cidades a escombros.

Fonte: g1.globo.com

Compartilhar:

Comentários

sem comentários

Faça login ou cadastro para poder comentar

MATÉRIAS RELACIONADAS

Cover Image

Cessar-fogo por um fio: Israel e Trump dão ultimato ao Hamas sobre reféns

Donald Trump dobra a aposta e dá prazo para que reféns sejam libertados pelo Hamas, que anunciou a suspensão das libertações na segunda-feira (10)

Saiba mais
Cover Image

Cúpula de chefes de Estado do Brics será em julho no Rio de Janeiro

Encontro foi marcado para dias 6 e 7 do mês

Saiba mais
Cover Image

Governo de MS recebe representantes do Japão para fortalecer relações econômicas e laços culturais

O governador Eduardo Riedel recebeu o cônsul-geral do Japão em São Paulo, Toru Shimizu, que apresentou as potencialidades de investimentos e possíveis parcerias entre ambos

Saiba mais
Cover Image

Governo Trump proíbe Cristina Kirchner de entrar nos EUA por 'envolvimento em corrupção'

Decisão é assinada pelo secretário de Estado, Marco Rubio, e também atinge o ex-ministro do Planejamento da Argentina Julio Miguel De Vido, e os filhos da ex-presidente

Saiba mais
Cover Image

Pequim está pronto para assumir 'papel construtivo' na Ucrânia, diz chanceler chinês em Moscou

O ministro das Relações Exteriores chinês, Wang Yi, terá encontro com o presidente Vladimir Putin

Saiba mais
Cover Image

EUA vão taxar produtos da China em 104% a partir desta quarta

A secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, confirmou nesta terça-feira (8) que os Estados Unidos vão cobrar tarifas de 104% sobre os produtos chineses a partir de quarta-feira (9)

Saiba mais