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Com UFN3 sem avanços, bolivianos querem implantar fábrica de fertilizantes na Capital

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Encontro dos empresários bolivianos com o governo do Estado.

Foto: Mairinco de Pauda/Governo do Estado

Parceria internacional mira o Polo Industrial Oeste e reforça papel estratégico de Mato Grosso do Sul no agronegócio

Enquanto a Unidade de Fertilizantes Nitrogenados 3 (UFN3) segue sem definição quanto à sua retomada, Mato Grosso do Sul pode ganhar um novo protagonismo no setor de fertilizantes. Empresários bolivianos da Gravetal Bolívia S.A apresentaram ao governo estadual o projeto de instalação de uma unidade misturadora de fertilizantes em Campo Grande, no Polo Industrial Oeste.

Além dos representantes da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), participaram da reunião para apresentação do projeto os diretores da brasileira Serving Agro, da Bolivia Entretenida e da Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso do Sul (Aprosoja-MS). 

O titular da Semadesc, Jaime Verruck, classificou a proposta como estratégica para o setor agropecuário da região Centro-Oeste. O projeto envolve a importação de insumos como ureia, boro e fosfato da Bolívia, com o processo de mistura sendo realizado em solo sul-mato-grossense. A empresa já negocia com a prefeitura a aquisição de uma área para instalação da fábrica.

“O projeto está em estágio avançado e foi apresentado como uma iniciativa estratégica para ampliar a oferta de fertilizantes na região Centro-Oeste, aproveitando a demanda crescente do setor agropecuário. Além de importar os insumos bolivianos, a empresa pretende adquirir soja em Mato Grosso do Sul para processar na planta já instalada na divisa com a Bolívia, otimizando a logística com o uso do frete de retorno. Temos aí uma possibilidade de agregar valor aos nossos produtos e reduzir custos operacionais”, explicou Verruck após o encontro.

A Gravetal já opera na fronteira entre os dois países, atuando no processamento de soja. Agora, o grupo busca formar uma sociedade com uma empresa brasileira para viabilizar a nova planta em Campo Grande. O investimento sinaliza uma guinada na integração produtiva entre Bolívia e Brasil e reforça os laços econômicos regionais.

Os empresários também demonstraram interesse na infraestrutura logística do Estado, com destaque para a malha ferroviária. Questionamentos sobre o avanço dos projetos ferroviários reforçaram a importância desse modal para garantir a competitividade e a viabilidade econômica da operação.

“Esse investimento reforça o papel estratégico de Mato Grosso do Sul no cenário agroindustrial da região e fortalece os laços comerciais com a Bolívia, que já é fornecedora tradicional de fertilizantes ao Estado”, finalizou Verruck.

Com o avanço das negociações e o interesse declarado da Gravetal em firmar raízes na capital sul-mato-grossense, Campo Grande se projeta como um novo hub de insumos agrícolas, com capacidade para atrair investimentos, gerar empregos e impulsionar ainda mais o agronegócio.

UFN3  A movimentação boliviana ganha ainda mais relevância diante da paralisação prolongada da UFN3, em Três Lagoas. O projeto, que chegou a ser cogitado para venda ou concessão em gestões passadas, segue sem solução definitiva, travando uma capacidade produtiva estratégica para o Brasil.

A última promessa de continuidade da fábrica foi noticiada pelo Correio do Estado, em fevereiro, quando a reportagem apurou que a obra deve ser retomada neste ano. O governo de Mato Grosso do Sul já foi informado que a licitação para a escolha da empresa responsável pela obra será feita até o início do segundo semestre, com orçamento de US$ 800 milhões (R$ 4,6 bilhões) para sua conclusão.

Inicialmente, o plano era de que as obras fossem finalizadas até o ano que vem, antes do fim do mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Contudo, considerando que o período de construção deverá levar entre 12 e 18 meses, o prazo já começa a ficar apertado. 

A construção da UFN3 foi interrompida em 2014, quando cerca de 80% das obras já estavam concluídas. Para que o empreendimento seja finalizado, será necessário não apenas completar a estrutura inacabada, mas também reparar os danos causados pela deterioração ao longo da última década. 

A retomada das obras da fábrica trará benefícios não apenas para Mato Grosso do Sul, mas para todo o País. A unidade terá capacidade para produzir 3.600 toneladas diárias de ureia e 2.200 toneladas de amônia, reduzindo significativamente a dependência brasileira da importação de fertilizantes nitrogenados.

Com a ativação da unidade em Três Lagoas, estima-se que a importação desses insumos poderia cair entre 15% e 30% no Brasil. No entanto, um dos desafios para a retomada da obra é a necessidade de uma parceria societária que viabilize o projeto.

A fábrica localizada em Três Lagoas será a maior produtora de ureia e amônia da América do Sul. Conforme já adiantado pelo Correio do Estado, na fase de construção a obra deverá empregar 8 mil pessoas e na fase de operação, mais 600, entre empregados da Petrobras e terceirizados.

Fonte: correiodoestado.com.br

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