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Deputados comentam julgamento de suposto golpe e reafirmam defesa da democracia

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Pedro Kemp subiu à tribuna para se solidarizar com patriotas chamados de malucos.

Fotos: Luciana Nassar

s deputados Pedro Kemp (PT) e Zeca do PT questionaram as falas do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que negou quaisquer atentados à Constituição Federal

Os interrogatórios dos principais réus acusados de suposta tentativa de golpe de estado foi tema de debate na tribuna da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (ALEMS). Os deputados Pedro Kemp (PT) e Zeca do PT questionaram as falas do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que negou quaisquer atentados à Constituição Federal, e relembraram a importância da democracia ao país, até mesmo no uso de direitos como o de permanecer em silêncio em julgamentos.

“Generais de 10 estrelas sentados no banco dos réus dando seu depoimento junto ao ex-presidente, que era um leão em praça pública chamando o ministro Alexandre de Moraes de canalha e ontem virou um gatinho. Vejam só. Eu parei de assistir aos vídeos, porque eu já estava começando a ter um sentimento de dó, de ver aquela figura de maneira lastimável, deprimente, tentando desviar o foco da sua culpa pela tentativa de um golpe de estado no Brasil. O Augusto [Heleno] resolveu ficar em silêncio. Usar o direito constitucional. Engraçado, queriam acabar com a Constituição, quebrar com o Estado Democrático de Direito e agora usam as ferramentas constitucionais. Se tivesse havido o golpe, o general teria sido colocado no pau de arara para falar, como a ditadura fez no Brasil em 1964”, resumiu Pedro Kemp.

O parlamentar comparou com o filme Ainda Estou Aqui, primeiro longa nacional ganhador de Oscar, que demonstrou como era o desaparecimento de pessoas no período ditatorial e ressaltou que Bolsonaro culpa seus seguidores, chamando-os de malucos. “Olha como é bom a democracia. Que isso sirva de lição, para que a história não se repita, porque o filme mostrou que era assim que funcionava, pessoas eram mortas e que se passe a limpo, que sirva de ensinamento pedagógico, para que nunca mais nenhum canalha queira utilizar de posto no poder para dar golpe. O ex-presidente jogando a culpa do que aconteceu no dia 8 de janeiro nos seus seguidores. Queria falar para todas as pesssoas que vestiram a camisa e foram para frente dos quarteis, pediam intervenção militar, a vocês, ele chamou de malucos. Quero me solidarizar com todos os patriotas, porque vocês embarcaram numa barca furada, com líder falso e agora repensem quem vão seguir”, ironizou Kemp.

Zeca do PT concordou que é preciso defender a democracia

Da mesma forma, Zeca do PT disse que queria se somar ao pronunciamento, relembrando as falas dos opositores do atual presidente Lula (PT). “Vejo esse doido, xingando todo mundo, desacatando, agredindo, da forma mas vil possível, não tinha medo de ninguém, dando depoimento ao Supremo bem humildezinho, implorando para não se decretar a prisão dele na hora. Pediu desculpas. Me lembra que a ‘floresta pari um rato’. Se afastando da base política. ‘Eu defendo democracia’, disse ele. Até outra hora defendia a tortura, como se o brasileiro não tivesse memória. Esse povo tem que pagar pela irresponsabilidade que fizeram. A defesa do Estado Democrático de Direito, temos que continuar vigilantes”, reiterou Zeca.

Em uma indicação durante a sessão plenária, Zeca defendeu que ainda há tentativas de golpe dos que não se conformaram com o resultado das eleições, como denúncias na imprensa de que as empresas de distribuição de diesel e gasolina em Mato Grosso do Sul estariam, supostamente, não repassando a baixa de preços pela Petrobrás, faturando em torno de R$ 220 mil por dia. “Indico ao Procon para que investigue as denúncias sérias do jornal O Estado de que continuam conspirando contra o governo, arrecadando mais de R$ 6 milhões por mês, não repassando ao consumidor a alíquota que o Governo Federal diminuiu no preço do óleo diesel e gasolina”, explicou. Acompanhe a indicação e a futura resposta pelo Sistema Legislativo clicando aqui. A sessão você pode rever por este link.

Por: Fernanda Kintschner

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