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PF investiga morte de trabalhador em área de ataque armado que matou indígena em MS

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Cartuchos recolhidos pelos indígenas.

Foto: Comunidade de Takoha Pyelito Kue

Testemunhas afirmam que o trabalhador teria sido vítima de um acidente de trabalho, mas a informação ainda não é confirmada

A Polícia Federal investiga a morte de um trabalhador de uma fazenda na região onde, no domingo (16), também foi registrado um ataque armado contra a comunidade Guarani-Kaiowá, em Iguatemi, no sul de Mato Grosso do Sul. A PF destaca que ainda não é possível afirmar se a morte do trabalhador tem relação com o conflito, e que todas as circunstâncias estão sendo apuradas.

Segundo o órgão, apenas após os laudos do Instituto Médico Legal (IML) será possível determinar oficialmente a causa da morte. Testemunhas afirmam que o trabalhador teria sido vítima de um acidente de trabalho, mas a informação ainda não é confirmada.

A Secretaria de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) informou que houve duas mortes registradas na mesma região e data. Um indígena foi preso.

Ataque armado na área indígena

O ataque contra a Terra Indígena Iguatemipeguá I resultou na morte de Vicente Fernandes Vilhalva, de 36 anos, indígena Guarani Kaiowá, e deixou outros quatro feridos. Segundo a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), cerca de 20 homens vindos de uma fazenda cercaram a área, destruíram barracos e efetuaram disparos prolongados.

A Funai afirma que esse é o quarto episódio semelhante desde 3 de novembro, dentro de um cenário de tensão fundiária envolvendo retomadas de áreas tradicionalmente ocupadas pelos povos Guarani e Kaiowá. O corpo de Vicente foi encaminhado ao IML para os procedimentos legais.

Região vive disputa territorial

A Terra Indígena Iguatemipeguá I foi delimitada em 2013, com cerca de 41,5 mil hectares. Em outubro, a comunidade voltou a ocupar parte da Fazenda Cachoeira, e desde 2015 mantém retomada também na Fazenda Cambará. As áreas estão no centro de disputas com proprietários rurais.

O Ministério da Justiça informou que a Força Nacional de Segurança Pública segue na região para reforçar a proteção. As equipes estaduais prestam apoio às forças federais, mas a Polícia Militar não realiza segurança ostensiva na área devido à decisão judicial.

O governo federal acompanha o caso por meio da Funai e do Ministério dos Povos Indígenas, que acionaram órgãos de segurança e monitoram o cenário para evitar novos ataques. A ministra Sonia Guajajara afirmou que o episódio ocorre em meio à defesa territorial dos povos indígenas e reforçou a importância do avanço na demarcação.

Investigação continua

A Polícia Federal conduz duas apurações paralelas: o ataque armado contra a comunidade indígena; a morte do trabalhador rural, cuja causa ainda é desconhecida.

As conclusões dependem dos laudos periciais e de depoimentos que ainda estão sendo coletados.

Fonte: g1.globo.com

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