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Ponte Binacional da Rota Bioceânica atinge 75% de execução e deve ser entregue no segundo semestre de 2026

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Ponte Internacional da Rota Bioceânica.

Foto: Mairinco de Pauda/Semadesc

10ª Reunião da Comissão Mista da Ponte Bioceânica, realizada em Porto Murtinho.

Com 75% da obra concluída, a Ponte Internacional da Rota Bioceânica, que vai ligar o município sul-mato-grossense de Porto Murtinho a Carmelo Peralta, no Paraguai, deverá ser finalizada no segundo semestre de 2026.

Já as obras de acesso à estrutura, que compreendem cerca de 13 quilômetros de extensão em território brasileiro, têm previsão de entrega até o fim do mesmo ano. Os prazos atualizados foram apresentados quarta-feira (31), durante a 10ª Reunião da Comissão Mista da Ponte Bioceânica, realizada em Porto Murtinho.

O encontro reuniu autoridades brasileiras e paraguaias para alinhamento das etapas finais do empreendimento. A reunião foi presidida por Daniel Falcon, ministro-chefe do Ministério das Relações Exteriores do Brasil, com a presença do ministro de Relações Exteriores do Paraguai, Bras Felip.

Também participaram o secretário Jaime Verruck, da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação),; o prefeito de Porto Murtinho, Nelson Cintra; o superintendente federal de Agricultura do Mapa, José Roldão; o diretor de Obras Públicas do Ministério dos Transportes, Allan Magalhães Machado; o superintendente regional do DNIT, Euro Nunes Varanis Jr; além de representantes da Receita Federal, Polícia Federal, Corpo de Bombeiros, Marinha e Itaipu Binacional.

A comitiva paraguaia incluiu técnicos dos ministérios de Obras e Transportes, além de representantes do consórcio PyBra, responsável pela construção da ponte no lado paraguaio. Também acompanharam o encontro, pela Semadesc, o secretário-executivo de Qualificação e Trabalho, Esaú Aguiar, e a assessora da Rota Bioceânica, Danniele Paiva.

Avanço das obras

Durante a reunião, foi informado que a obra da ponte, com 1.294 metros de extensão e 21 metros de largura, já atingiu 75% de execução. O acesso rodoviário, com 13,1 km, está com aproximadamente 17% pronto. Nesse trecho, estão sendo construídas quatro pontes intermediárias, sendo uma delas com quase 700 metros de extensão, devido à travessia de uma área alagada.

A estrutura estaiada é considerada estratégica para consolidar o Corredor Rodoviário de Capricórnio (Rota Bioceânica), ligando os portos do Norte do Chile (Antofagasta e Iquique), passando por Paraguai e Argentina, até os portos brasileiros, como o de Porto Murtinho e, futuramente, outros da costa atlântica.

Além da ponte e dos acessos, está prevista a construção de infraestruturas alfandegárias integradas dos dois lados da fronteira. Segundo a Receita Federal, o fluxo inicial estimado é de 250 caminhões por dia, podendo aumentar à medida que a Rota for consolidada como alternativa logística de exportação e importação para o Mercosul e a Ásia.

Declarações e novos compromissos

O chanceler Daniel Falcon destacou a importância estratégica da obra. “Este encontro está diretamente ligado à importância da ponte, que se insere no contexto mais amplo da Rota Bioceânica. Acreditamos que ela trará progresso, prosperidade, aumento do comércio e mais empregos para toda a região, tanto no Brasil quanto no Paraguai, além de beneficiar os demais países envolvidos na rota”, afirmou. Ele também elogiou a parceria com o Governo do Estado e a prefeitura de Porto Murtinho, ressaltando a harmonia institucional e o comprometimento com o projeto.

O prefeito Nelson Cintra lembrou que a Rota representa uma transformação logística e econômica para o Brasil. “Porto Murtinho será uma nova porta de entrada e saída para o comércio exterior brasileiro com o Pacífico”, disse.

O secretário Jaime Verruck reforçou o alinhamento entre os governos e a importância da obra para Mato Grosso do Sul. “Tivemos a confirmação de que todas as obras estarão concluídas até o final de 2026, incluindo os acessos e os complexos alfandegários. Isso mostra o comprometimento dos governos brasileiro e paraguaio com este megaprojeto, que é prioritário para o Governo do Estado”, afirmou.

Segundo ele, a implantação do ACI (Centro Integrado de Alfândega) em cabeceira única foi amplamente discutida. O governo paraguaio deve apresentar, em até três semanas, suas demandas de infraestrutura, como número de salas e equipamentos, para que o governo brasileiro possa elaborar o projeto executivo. “Essa é uma condição fundamental para o avanço da integração aduaneira entre os dois países”, reforçou.

Outro ponto abordado foi a possível criação de um porto seco no município de Porto Murtinho, diante da perspectiva de aumento no volume de cargas. “A prefeitura já sinalizou a doação de uma área para viabilizar a implantação e licitação do porto seco, caso haja necessidade de ampliação da estrutura aduaneira”, informou o titular da Semadesc.

Também foi tratado o processo de ratificação do aditivo do Acordo da Ponte, que define as responsabilidades tributárias entre os países. “Essa é uma prioridade para o Paraguai e já está em trâmite no governo brasileiro, devendo ser encaminhado ao Senado Federal”, explicou o secretário.

Por fim, discutiu-se a proposta de construção de uma nova ponte sobre o rio Apa, entre Bela Vista (MS) e Bella Vista Norte (PY), com o objetivo de fortalecer ainda mais a integração viária regional. “O Governo Federal está estudando a viabilidade de novas ligações entre a BR-267 e a fronteira, como mais uma alternativa para a Rota Bioceânica”, acrescentou Jaime Verruck.

Rota Bioceânica

A Rota Bioceânica é um corredor rodoviário internacional de mais de 2.400 km que conecta os oceanos Atlântico e Pacífico, passando por Brasil, Paraguai, Argentina e Chile. A iniciativa tem como objetivo reduzir o tempo e o custo do transporte de mercadorias entre os países do Mercosul e os mercados asiáticos, via portos do norte do Chile. A expectativa é de uma redução de até 30% nos custos logísticos e de 15 dias no tempo de transporte em relação à rota marítima tradicional pelo Canal do Panamá.

Para o secretário da Semadesc, a reunião reforça a unidade entre os países na consolidação da rota. “Tivemos uma participação expressiva de todos os entes envolvidos e alinhamos pontos importantes para o avanço da obra. A Comissão Mista tem sido fundamental para o sucesso do projeto”, concluiu Jaime Verruck.

Por: Rosana Siqueira, Comunicação Semadesc

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