A possível indicação de Guilherme Boulos (PSOL-SP) para a Secretaria-Geral da Presidência da República está movimentando o cenário político e pode influenciar o futuro de Simone Tebet (MDB) no Senado.
Boulos, com status de ministro, é cotado para concorrer ao Senado por São Paulo e não deve buscar a reeleição para a Câmara Federal. Essa conjuntura pode levar o Partido dos Trabalhadores e seus aliados a apoiar uma única candidatura ao Senado em São Paulo, abrindo caminho para a ministra do Planejamento retornar ao Mato Grosso do Sul.
Contudo, para ter mais liberdade de movimentos, ela pode migrar para o PSB. O MDB em MS e em São Paulo tem laços profundos com candidatos da extrema-direita. Aqui com o PL e em São Paulo com o Republicanos, do governador Tarcísio Freitas.
O ex-governador e deputado estadual Zeca do PT reforçou a validade da possível candidatura de Tebet ao Senado pelo PSB. Em suas palavras, a ministra é um "ótimo quadro" e a mudança partidária seria uma alternativa viável. "Seria uma alternativa para Simone poder concorrer ao Senado, já que o MDB do André Puccinelli já está no colo do Reinaldo Azambuja", comentou.
O também deputado estadual Pedro Kemp (PT) corroborou a informação sobre a possível migração de Tebet para o PSB, destacando que o partido deve caminhar com o PT nacionalmente e em Mato Grosso do Sul.
“A Simone estaria tentando migrar para o PSB, que deve caminhar com o PT nacionalmente, e aqui no MS também estará conosco", explicou.
O presidente do diretório estadual do PSB em MS, deputado Paulo Duarte, não respondeu até o fechamento da matéria.
A ministra já confirmou ao canal ICL Notícias que planeja concorrer ao Senado, com o apoio do presidente Lula. "Eu falei para o presidente: ‘se o senhor precisar de mim até 31 de dezembro de 2026, eu fico os quatro anos, sou ministra’. Mas ele veio com esse argumento: 'a eleição mais difícil e mais importante é a do Senado e nós precisamos de pessoas democratas no Senado, vamos aguardar pesquisas, mas eu acho que seria interessante você ser candidata’", explicou Tebet.
“O PT no meu estado já disse que, se eu sair candidata, eu tenho o apoio deles, não seria um problema", disse a ministra.
Dentro do PT em MS, os planos atuais incluem candidaturas ao governo do estado, possivelmente com o ex-deputado Fábio Trad (PT), e ao Senado, com o deputado federal Vander Loubet (PT). No entanto, o nome de Simone Tebet tem ganhado destaque nas pesquisas eleitorais.
A visão da direita
Ainda assim, parlamentares ligados a Reinaldo Azambuja e ao Partido Liberal (PL) expressaram ceticismo quanto à candidatura de Tebet em Mato Grosso do Sul, afirmando que as pesquisas não a favorecem e que o eleitorado local tende para o centro-direita.
"Não tem chance, as pesquisas não apontam o nome dela, o viés do eleitor é de centro-direita", comentou um deles, que não quis se identificar.
Boulos irá assumir o cargo que cuida da interlocução com movimentos sociais e seu desempenho nas manifestações de domingo chamou atenção do presidente Lula. O momento é visto como de virada de chave entre o eleitor, a partir da PEC da Blindagem e da votação da anistia no Congresso.
Zeca do PT enfatizou a importância de Tebet, juntamente com o ministro Fernando Haddad e o vice-presidente Geraldo Alckmin, na recuperação do governo Lula.
“Eu gosto demais e aprendi a admirar a Simone. Muito da recuperação do governo Lula tem a ver com ela, com o Haddad e com o Alckmin", cita.
Ele os descreveu como "esteios do momento positivo que o governo do Lula vive" e reiterou que o presidente está em contato direto com Tebet para definir o melhor caminho para ela.
Fonte: correiodoestado.com.br
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