Notícia

Sanção dos EUA contra STF afrontaria soberania do Brasil, diz conselho

Compartilhar:
Cover Image

Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

Foto: Antonio Augusto/STF e REUTERS/Elizabeth Frantz

Governo estadunidense diz estudar sanções contra Alexandre de Moraes

O Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH) afirmou que possíveis sanções do governo dos Estados Unidos (EUA) contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes configuram grave afronta à soberania do Brasil.

Em audiência no Congresso estadunidense na semana passada, o secretário de Estado, Marco Rubio (foto), informou que o governo de Donald Trump estuda medidas nesse sentido.

“Tais estudos e análise por parte de instâncias e instituições estadunidenses constituem grave afronta à soberania do Estado brasileiro, usando uma via transversa e ilegal no campo das relações internacionais, ameaçando e atacando uma autoridade da Suprema Corte Constitucional no Brasil, sem precedente na história moderna das civilizações”, disse o CNDH em nota publicada nessa segunda-feira (26).

Rubio citou as sanções ao responder a uma provocação do senador republicano Cory Lee Mills. O parlamentar reproduzia a tese divulgada pelos apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro de que existe uma perseguição judicial no Brasil no contexto do julgamento por tentativa de golpe de Estado que culminou no 8 de janeiro de 2023.

O Conselho de Direitos Humanos no Brasil argumenta que a motivação para tal medida dos EUA revela uma manobra realizada pelos investigados no STF para se blindar das punições, evidenciando uma "tentativa de promover pressão política contra a soberania brasileira, em benefício de interesses privados de pessoas que promoveram a tentativa de um golpe de Estado no Brasil”.

Para analistas consultados pela Agência Brasil, a extrema direita no Brasil e nos EUA tem distorcido a realidade do julgamento no STF para tentar livrar da cadeia os investigados.

O CNDH lembrou que o Brasil vive um processo histórico de responsabilização de agentes públicos que atentaram contra a democracia e que o julgamento ocorre de forma civilizada e fundado nas regras de um Estado Democrático de Direito.

“Instamos as autoridades dos EUA, respeitando sua autonomia e soberania, que encerrem imediatamente os estudos institucionais para aplicação das abusivas medidas contra o ministro Alexandre de Moraes”, conclui o órgão formado por representantes do Estado e da sociedade civil do Brasil.

Inquérito contra deputado

Atendendo ao pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), o ministro Alexandre de Moraes abriu inquérito, nessa segunda-feira (26), para investigar a participação do deputado licenciado do cargo Eduardo Bolsonaro (PL-SP) na articulação com autoridades estadunidenses para promover sanções contra o STF.

O filho do ex-presidente Bolsonaro será investigado pelos crimes de coação no curso do processo e obstrução de investigação por supostamente incitar o governo dos EUA contra Moraes.

Em postagem nas redes sociais, Eduardo Bolsonaro considerou que o pedido de investigação é uma medida "injusta e desesperada".

Desde março, após o pai virar réu acusado de liderar a trama golpista, Eduardo se mudou para os EUA, onde passou a denunciar o que chama de perseguição contra seu grupo político.

O ministro do STF pediu ainda depoimento do ex-presidente Jair Bolsonaro que seria “diretamente beneficiado” pelas ações do filho, por ser réu no julgamento da trama golpista. Diplomatas brasileiros também devem ser ouvidos.

Golpe de Estado

A denúncia de tentativa de golpe de Estado feita pela Procuradoria-Geral da República (PGR) diz que o objetivo da trama era anular as eleições presidenciais de 2022 e que estava incluída a previsão de assassinatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente Geraldo Alckmin e do ministro do STF Alexandre de Moraes.

A denúncia afirma que a trama golpista liderada pelo ex-presidente Bolsonaro buscou apoio das Forças Armadas para a decretação de Estado de Sítio, que funcionaria para promover uma ruptura democrática no Brasil. Os investigados negam as acusações.

Fonte: Agência Brasil

Compartilhar:

Comentários

sem comentários

Faça login ou cadastro para poder comentar

MATÉRIAS RELACIONADAS

Cover Image

Idealizado por Zeca, Selo da Agricultura Familiar é sancionado em MS

O deputado e ex-governador enalteceu o Executivo Estadual e a Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul pela sensibilidade ao aprovar e sancionar o projeto de lei

Saiba mais
Cover Image

Zeca cobra revisão dos limites de progressão funcional dos servidores do Judiciário de MS

O requerimento tem o objetivo de atender o anseio de servidores de carreira do Poder Judiciário do Estado de Mato Grosso do Sul

Saiba mais
Cover Image

Três Lagoas tem representante no Conselho Estadual de Trânsito

A indicação de Moraes para o Cetran-MS, endossada tanto pelo prefeito de Três Lagoas, Dr. Cassiano Maia, quanto pelo governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel

Saiba mais
Cover Image

Ambientalistas e produtores divergem opiniões sobre o "PL da devastação"

Enquanto organizações classificam o projeto como "crime ambiental", o outro lado alega que demonstra uma chance de cumprir a Lei mais rigorosamente Leia mais em: https://correiodoestado.com.br/politica/ongs-e-ambientalistas-divergem-opinioes-sobre-o-pl-d

Saiba mais
Cover Image

Liderança também protege: Governo de MS inicia formação comunitária no combate à violência doméstica

O objetivo é fortalecer as redes de proteção, ampliar o conhecimento sobre os diferentes tipos de violência: física, psicológica, moral, sexual e patrimonial

Saiba mais
Cover Image

Desemprego recua para 5,6%, a menor taxa desde 2012, mostra IBGE

Trimestre encerrado em julho teve recorde de vagas com carteira

Saiba mais