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Rússia diz que 'tensões na Venezuela podem ter consequências imprevisíveis para o Ocidente'

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Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, cumprimenta Vladimir Putin durante reunião de cúpula do Brics em Kazan, na Rússia.

Foto: Alexander Nemenov/Pool via Reuters

Há uma semana, Vladimir Putin falou por telefone com Nicolás Maduro e reafirmou o apoio de seu governo frente às ameaças dos EUA, que também pressionam Moscou por um acordo de paz com a Ucrânia

O Ministério das Relações Exteriores da Rússia afirmou, nesta quarta-feira (17), que as tensões em torno da Venezuela podem ter "consequências imprevisíveis para todo o Ocidente", informou a agência de notícias estatal russa TASS.

A declaração oficial acontece uma semana após o Kremlin confirmar que o presidente russo, Vladimir Putin, falou por telefone com o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, para reafirmar que ele pode contar com o apoio de seu governo em meio ao aumento das tensões com os Estados Unidos.

Nesta terça-feira (16), o presidente americano, Donald Trump, escalou ainda mais o conflito ao anunciar que a Venezuela estava "completamente cercada" e determinar um bloqueio total a petroleiros que entram ou saem do país.

Há uma semana, forças militares dos Estados Unidos interceptaram e apreenderam uma dessas embarcações. Trump acusou a Venezuela de roubar petróleo e terras dos EUA, sem especificar quais.

A conversa de Putin e Maduro não foi a primeira sinalização da Rússia a favor da Venezuela desde que Trump iniciou uma ofensiva direcionada a Maduro, acusado de comandar um cartel de drogas.

No dia 7 de novembro, a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores russo, Maria Zakharova, afirmou que Moscou estava a postos para responder aos pedidos de ajuda venezuelanos.

EUA também pressionam Rússia por acordo de paz A forte declaração de Moscou vem em um momento em que os EUA também pressionam o governo russo a aceitar um acordo de paz com a Ucrânia.

Segundo a agência de notícias Bloomberg, que ouviu fontes que estariam cientes das negociações, Washington está preparando uma nova rodada de sanções contra o setor energético da Rússia para coagir Putin a ceder em suas exigências.

Ao ser questionado sobre a reportagem nesta quarta, o Kremlin afirmou apenas que a medida "prejudica os esforços para reparar as relações entre EUA e Rússia".

Pouco depois, o presidente Putin também falou sobre as negociações de paz e negou que tenha qualquer intenção de atacar a Europa. Criticou líderes do Ocidente e afirmou que "o nível de histeria está aumentando".

"No Ocidente falam em se preparar para uma grande guerra, e o nível de histeria está aumentando. As declarações sobre uma ameaça russa são mentiras. Buscamos cooperação mútua com os Estados Unidos e os Estados europeus", afirmou o russo. Apesar de garantir que está no caminho da diplomacia, Putin afirmou que não abrirá mão dos objetivos que deram início à guerra na Ucrânia, que ele chama de "operação militar especial" desde a invasão do país vizinho em 2022:

"Os objetivos da operação militar especial serão alcançados. A Rússia libertará seu território por meios militares se a Ucrânia e seus líderes abandonarem o diálogo". Sobre a posição russa em relação a uma reportagem do jornal "The New York Times", que noticiou que a nova proposta de paz dos EUA para a guerra inclui uma garantia de segurança para a Ucrânia, com uma força militar liderada pela Europa auxiliando o país, o porta-voz do governo russo disse que a oposição de Moscou a este ponto é clara.

"Nossa posição sobre contingentes militares estrangeiros em território ucraniano é bem conhecida. Absolutamente coerente e compreensível. Mas, novamente, este é um assunto para discussão", declarou. Peskov disse ainda que não se espera que o enviado especial dos EUA, Steve Witkoff, visite Moscou esta semana e que a Rússia quer ser informada sobre os resultados das negociações com a Ucrânia.

Fonte: g1.globo.com

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