O ex-deputado estadual Capitão Contar rejeitou a articulação para que ele deixe o PRTB para se filiar ao PL e seja candidato a uma cadeira na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (Alems) nas eleições do próximo ano em troca do apoio irrestrito do novo partido para concorrer ao cargo de prefeito de Campo Grande no pleito de 2028.
Conforme informações obtidas pelo Correio do Estado, lideranças nacionais do PL pretendem procurar o ex-parlamentar para fazer a proposta e, dessa forma, tirar da disputa ao Senado Federal um dos favoritos às duas vagas destinadas para Mato Grosso do Sul em 2026.
No entanto, em entrevista à reportagem, Capitão Contar refutou qualquer possibilidade de abrir mão de concorrer ao Senado no próximo ano em troca de ser o candidato do PL a prefeito de Campo Grande em 2028. “Não pretendo disputar a prefeitura de Campo Grande em 2028. Sigo firme na missão de fortalecer o Congresso Nacional, prioritariamente, no Senado Federal”, declarou.
O ex-deputado estadual ainda informou ao Correio do Estado que, por enquanto, não recebeu qualquer tipo de contato de lideranças nacionais do PL para falar sobre essa possibilidade. “Do PL, não houve nada oficialmente, pelo menos não diretamente comigo. E, pelo menos com o presidente nacional Valdemar Costa Neto, não preciso de intermediação, pois ele tem acesso direto comigo”, assegurou.
SENADO
Em junho deste ano, a filiação do ex-deputado estadual ao PP já tinha “esfriado” em razão da exigência de o ex-parlamentar sair candidato ao Senado nas eleições gerais do próximo ano ao invés de buscar uma vaga na Câmara dos Deputados, como lhe teria sido proposto pelas lideranças progressistas.
Atualmente no PRTB, partido pelo qual concorreu e perdeu o pleito a governador de Mato Grosso do Sul no segundo turno das eleições de 2022 para o então secretário estadual Eduardo Riedel (PSDB), o bolsonarista pretende continuar à frente da legenda para manter a decisão de só sair candidato a senador da República.
O Correio do Estado apurou que o PP estava contando com o Capitão Contar para fazer uma dobradinha com a ex-deputada federal Rose Modesto (União Brasil) na corrida por cadeiras na Câmara dos Deputados, pois os dois partidos criaram a federação União Progressista.
A ideia era que, com os dois campeões de votos, a federação União Progressista conseguiria fazer até três deputados federais – Contar e Rose por votação própria e mais um, provavelmente o atual deputado federal Dr. Luiz Ovando (PP), na sobra de votos que os dois podem conseguir.
No entanto, conforme fontes ouvidas pela reportagem, em função dos bons resultados nas duas pesquisas divulgadas pelo Instituto de Pesquisas de Mato Grosso do Sul (Ipems) e pelo Instituto Paraná Pesquisas, ele teria reforçado o desejo de sair candidato ao Senado no próximo ano e não a deputado federal.
Pela pesquisa estimulada do Ipems, que ouviu 1.720 eleitores de 53 municípios de Mato Grosso do Sul, o ex-deputado estadual obteve 13,61% das intenções de votos ao Senado, ficando atrás somente do ex-governador Reinaldo Azambuja (PSDB), que alcançou 18,07%, e do senador Nelsinho Trad (PSD), que conseguiu 14,28%.
Já no levantamento espontâneo da Paraná Pesquisa, que fez 1.540 entrevistas em 44 municípios do Estado, Capitão Contar também foi citado entre os nove melhores.
Porém, mesmo com os bons números nas duas pesquisas e com a vontade do ex-deputado estadual, a vaga oferecida pela federação União Progressista continua sendo para concorrer a deputado federal.
Portanto, caso o Capitão Contar não mude de ideia, terá de concorrer ao Senado pela sua atual legenda, ou seja, PRTB, que não terá muitos recursos do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC), o famoso fundo eleitoral, e nem tempo de rádio e televisão, dificultando um bom desempenho nas urnas.
Procurado pelo Correio do Estado, o ex-deputado estadual declarou que continua em tratativas com a senadora Tereza Cristina, presidente do PP em Mato Grosso do Sul, sobre a possível troca do PRTB pelo PP no Estado.
“Precisamos renovar o Senado Federal. É um projeto de Brasil. E vou brigar por uma das vagas de senador da República, mas a senadora no momento não garante isso no PP”, declarou, deixando subentendido que só ingressará na legenda progressista na eventualidade de ser o candidato da sigla a senador.
Fonte: correiodoestado.com.br
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