Quase três meses depois do leilão realizado no dia 8 de maio na Bolsa de Valores de São Paulo (B3), o Governo do Estado acatou nesta terça-feira (5) o recurso da segunda colocada na disputa pela concessão dos 870 quilômetros da chamada Rota da Celulose e convocou o consórcio Caminhos da Celulose para entrega da documentação e posterior assinatura do contrato de concessão, caso atenda a todas as exigências.
O consórcio Caminhos da Celulose havia ficado em segundo lugar depois de oferecer um deságio d 8% sobre o valor máximo estipulado pelo edital para as tarifas de pedágio. Ele fora superado pelo consórcio K&G, que fez um desconto de 9%.
Porém, quase um mês depois do leilão, o Dnit e a ANTT literalmente expulsaram a empresa K-Infra da única rodovia que administrava no País, a BR-393, mais conhecida como Rodovia do Aço, no Rio de Janeiro.
Foi com base na experiência na administração desta rodovia que ela conseguiu se habilitar para participar do leilão. A K-Infra detém 50% das ações do consórcio e a outra metade pertence ao fundo de investimentos Galapagos.
O andamento do processo de concessão estava interrompido desde o dia 11 de junho, quando a Comissão Especial de Licitação, do Escritório de Parcerias Estratégicas do Governo do Estado (EPE) começou a analisar o recurso protocolado pelo segundo colocado.
Em nota nesta quarta-feira, o Governo do Estado informou que “durante a fase de recursos foram realizadas diligências e análises pela Comissão, que constatou que os documentos entregues não atenderam a integralidade exigida no edital” e por isso desclassificou o consórcio K&G.
Ao tomar a decisão, a comissão já convocou o segundo colocado “para que apresente o Envelope 03 – Documentos de Habilitação, no dia 13 de agosto de 2025, no período das 14h às 16 horas, na sede da B3, localizada na Rua XV de Novembro, nº 275, Centro, São Paulo/SP”.
O consórcio convocado agora é formado pela XP Fundo de Investimentos e uma série de construtoras, como CLD, Caiapó, Ética, Conter e a Disbral (Distribuidora Brasileira de Asfalto).
Em Mato Grosso do Sul, a construtora goiana Caiapó já atua em grandes obras. Está à frente pavimentação da BR-419, na região de Aquidauana, e na construção do acesso à ponte sobre o Rio Paraguai, em Porto Murtinho, uma obra de R$ 472 milhões.
A Rota da Celulose “privatiza” a BR-262, entre Campo Grande e Três Lagoas; a BR-267, entre Nova Alvorada do Sul e Bataguassu, e a MS-040 (338 e 395), entre Campo Grande e Bataguassu. A concessão é por 30 anos e prevê a instalação de 12 praças de cobrança de pedágio.
Conforme o edital, a empresa vencedora tetá de fazer 115 km em duplicações, 245 km em terceiras faixas, 12 km de marginais, implantação de 38 km em contornos de municípios. A malha passará ainda a ter 100% de acostamento, o que representa mais de 450 quilômetros.
A previsão é de que o tráfego seja retirado de cidades como cidades de Ribas do Rio Pardo, Água Clara e Bataguassu.
Além da possibilidade de recorrer à Justiça, o consórcio desclassificado tem agora três dias úteis para apresentar defesa administrativa. Em meio à disputa pela permanência na Rodovia do Aço, a K-Infra chegou a conseguir liminar no Supremo Tribunal Federal e chegou a retomar a concessão, mas permaneceu por menos de 24 horas no controle.
Fonte: correiodoestado.com.br
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