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Mulher liga para a PM e finge pedir dipirona para denunciar violência doméstica

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Mulher ligou no 190 fingindo pedir dipirona para agressor não desconfiar da denúncia.

Foto: Reprodução

Policial inicialmente pensou se tratar de engano, mas logo percebeu que era uma denúncia disfarçada e ajudou a vítima

Uma mulher vítima de violência doméstica conseguiu denunciar o caso a Polícia Militar (PM) sem levantar suspeita do agressor, ao ligar para o 190 fingindo estar ligando para a farmácia e pedir uma dipirona. O caso aconteceu em Campo Grande.

De acordo com a Polícia Militar, que compartilhou o áudio da ligação, com voz modificada para não expor a mulher (ouça abaixo), a ligação foi recebida pelo Centro de Operações da Polícia Militar.

Ao ser atendida pelo policial, a mulher disse: "Oi, eu gostaria de um remédio", ao que o policial, inicialmente, explicou que o telefone que ela ligou era da Polícia Militar, pensando e tratar de engano.

A vítima insistiu: "Sim, um remédio, aqui na avenida... um dipirona".

O policial militar entendeu rapidamente que poderia ser uma denúncia disfarçada e começou a questionar a vítima se o caso se tratava de violência doméstica, pedindo para ela responder apenas sim ou não.

A vítima seguiu com as respostas, conforme solicitado, acrescentando eventualmente frases soltas sobre o suposto remédio que estaria pedindo para manter o disfarce, e passou o endereço para a falsa entrega.

Equipes da Polícia Militar foram ao local e atenderam a ocorrência.

Dias depois, a mulher ligou novamente para o 190 da Polícia Militar, mas desta vez para agradecer.

"Por trás de uma frase simples, havia medo, dor e a esperança de ser salva. Do outro lado da linha, a PMMS entendeu o pedido silencioso e agiu rapidamente, protegendo mais uma vida que corria risco dentro do próprio lar", disse a PM em sua página oficial do Instagram.

Violência doméstica De acordo com um levantamento da Polícia Civil de Mato Grosso do Sul, de janeiro até agora, o Estado já registrou 12.393 ocorrências por violência doméstica, ou seja, em média, a cada 25 minutos é registrado um boletim de ocorrência por esse crime.

As estatísticas reforçam a necessidade do enfrentamento à violência contra a mulher, o que é intensificado no mês de agosto com a campanha Agosto Lilás.

Os dados do Monitor da Violência Contra as Mulheres, desenvolvido pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS) e pela Secretaria de Justiça e Segurança Pública do (Sejusp), apontam ainda a ocorrência de 1.077 estupros de mulheres durante este ano.

As vítimas são de todas as idades, mas, majoritariamente, crianças e adolescentes. Foram 889 vítimas, sendo 447 crianças (de zero a 12 anos) e 442 adolescentes (de 12 a 17 anos). Isso equivale a 82,5% do total das vítimas de estupros em Mato Grosso do Sul.

A violência doméstica apresenta um recorte racial, com mulheres negras sendo as vítimas mais frequentes. Dos 12.393 casos deste ano, 7.673 ou 62% tiveram como vítimas mulheres pretas e pardas. Ou seja, de cada dez mulheres agredidas em suas casas, seis são negras.

Fonte: correiodoestado.com.br

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