Mato Grosso do Sul é conhecido por ser ponto estratégico para o tráfico de drogas, justamente pela sua proximidade com dois países estrangeiros e quatro estados brasileiros. Agora, por meio de uma ação na BR-060, foi identificada uma nova rota do tráfico, desta vez, vinda de Mato Grosso.
De acordo com a PF, essa nova rota traz drogas e armas da divisa com o MT e leva para o Centro-Sul do País. No dia 25, à noite, a Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (Ficco/MS) apreendeu aproximadamente 454 quilos de cocaína na BR-060, entre Jaraguari e Bandeirantes, a cerca de 50 quilômetros de Campo Grande.
Conforme informações policiais, a equipe da Ficco/MS fiscalizava e abordava diversos veículos na BR-060, quando deu ordem de parada a um caminhão que tinha placas de fora do Estado.
Em entrevista, o motorista apresentou respostas contraditórias sobre origem, destino, locais de parada e motivo da viagem. Ele ainda confessou que tem passagem pela polícia por porte ilegal de arma de fogo. Com isso, os policiais revistaram o veículo e localizaram compartimento oculto (fundo falso) com diversos tabletes de cocaína.
“O ponto de fiscalização fazia parte de um esforço concentrado baseado em levantamentos de inteligência, que apontavam a rota como corredor estratégico utilizado por organizações criminosas para o transporte de drogas e armas provenientes do norte do Estado – principalmente da divisa com Mato Grosso – com destino ao Centro-Sul do país”, afirmou a Polícia Federal.
Mesmo que essa nova rota seja uma alternativa recente para os criminosos, a BR-060 já é utilizada há muito tempo pelos traficantes, porém partindo de municípios fronteiriços com Bolívia e Paraguai.
Por exemplo, em março, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) e a Polícia Militar de Mato Grosso do Sul (PMMS) apreenderam 462 Kg de cocaína em Guia Lopes da Laguna, que havia saído de Bonito e tinha São Paulo como destino final.
Um dos maiores exemplos ocorreu no dia 8 de junho, quando foram realizadas três ações que somaram mais de seis toneladas de maconha, em Sidrolândia. Em duas das três oportunidades os suspeitos informaram que saíram de Maracaju e Bela Vista, respectivamente.
Mais recentemente, em outubro, foram confiscadas quase 2,3 toneladas de maconha em dois veículos, em Campo Grande. Durante o interrogatório, os suspeitos afirmaram que pegaram a carga em Maracaju, sem informar para onde pretendiam levar a droga.
HISTÓRICO
Segundo levantamento do Correio do Estado, esta foi a segunda maior apreensão de cocaína do ano da Polícia Federal em Mato Grosso do Sul este ano, atrás apenas de outra que ocorreu em julho, quando foi encontrada cerca de 1,1 tonelada da droga em compartimentos ocultos de dois caminhões-baú, em Campo Grande.
De acordo com informações policiais, a cocaína era oriunda da Bolívia e a carga havia saído de Corumbá, município fronteiriço com o país vizinho. Para tentar enganar a fiscalização, os suspeitos esconderam a droga em caixas da Hermès Paris, marca de luxo francesa especializada em artigos de couro, sedas, joias, relógios e roupas.
Ao todo, a ação resultou na prisão de três pessoas, que foram encaminhadas para a sede da Polícia Federal na Capital.
ESTATÍSTICA Conforme o portal de estatísticas da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública de Mato Grosso do Sul (Sejusp-MS), foram apreendidas mais de 13,1 toneladas de cocaína durante este ano no Estado, com recorde mensal em outubro, quando foram confiscadas cerca de 2,3 toneladas da droga.
Porém, os dados da Sejusp-MS não consideram as apreensões feitas por forças federais, como a PF e a Polícia Rodoviária Federal (PRF), ou seja, o número ultrapassar as 13,1 toneladas.
Além disso, a última atualização nas estatísticas foi realizada no dia 14, portanto, as ações dos últimos 13 dias ainda não entraram na conta total.
Em comparação com o mesmo período (de janeiro a novembro) do ano passado, a quantidade apreendida diminuiu quase 19%, já que nos primeiros 11 meses de 2024 foram confiscadas 16,1 toneladas de cocaína – ano que veio a finalizar com 17,8 toneladas apreendidas.
ESCONDIDO
Apreensões recentes deste ano revelam que o crime organizado ainda se vale de algumas práticas antigas, como o uso dos populares mocós, como são chamados os esconderijos feitos em veículos que acomodam as substâncias a serem distribuídas ao tráfico.
Somente neste ano, carregamentos foram localizados ocultos das mais diversas formas, entre cargas de ossos, minério e até entre produtos de limpeza.
Em um dos casos noticiados pelo Correio do Estado, o Primeiro Comando da Capital (PCC) chegou a esconder droga em salgadinhos.
Fonte: correiodoestado.com.br
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