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Execução nas Moreninhas desmantelou quadrilha que refinava drogas

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Armas apreendidas com a dupla, em dezembro do ano passado.

Foto: Divulgação/ PCMS

Morte de Gabriel Brandão Mendonça, há dois anos, foi ponto de partida para polícia desarticular grupo que ostentava porsche e fuzil

A morte de Gabriel Brandão Mendonça (22), executado com 15 tiros em frente de casa em novembro de 2022, na Vila Moreninha III, foi o ponto de partida que desmantelou parte da quadrilha que refinava cocaína em Campo Grande.

Batizada de "Facilem Vitam", a ação coordenada pela Delegacia Especializada de Repressão a Roubos a Bancos, Assaltos e Sequestros (Garras) no início desta semana, partiu de uma investigação em conjunto com a Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), em dezembro do ano passado,  prendeu,  Lucas Pereira da Costa e Pedro Augusto Targino, apontados como os executores do jovem, morto há dois anos.

Presa em flagrante em um condomínio localizado no Jardim dos Estados, a dupla era investigada desde a execução. As prisões ocorreram na casa de Lucas Pereira, mediante cumprimento de mandados de busca expedidos pela Justiça e cumprido pelo Garras.

No local, foram apreendidos quatro tabletes de cocaína e R$ 15 mil em espécie, proveniente da venda de parte da cocaína.

A polícia também encontrou uma pistola calibre 9mm, uma espingarda calibre 12, e munições na casa de Pedro Augusto Targino.

A Operação

Desencadeada na última segunda-feira, a operação partiu de um pedido do Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS), e culminou na apreensão de cocaína, maconha e pasta base, além de 14 armas, entre pistolas, revólveres, escopeta e fuzil, um Porsche, uma moto BMW, uma Hilux, um Nivus e R$ 20 mil em espécie.

Ao todo, seis pessoas foram presas, e foram cumpridos 15 mandados de busca e apreensão, sendo 13 em Campo Grande e 2 em Corumbá. Segundo a polícia, o grupo, dentificado por meio de análise financeira e telemática. pode estar ligado à série de execuções recentes que ocorreram na Capital.

De acordo com o Garras, a refinaria funcionava no Parque do Lageado, o grupo atuava na região central, no Portal Caiobá e em diversas áreas de Campo Grande, e tinha como principal função escoar a droga trazida de Corumbá e refinar o produto na Capital. Após isso, o dinheiro adquirido com a comercialização da droga era "lavado" por meio da compra desses bens. 

"O start para essa operação foi um apoio que o Garras deu à Delegacia de Homicídios, a DHPP. Por si só, essa origem já demonstra a íntima relação entre homicídios e grupos criminosos voltados ao tráfico de entorpecentes no estado de Mato Grosso do Sul", declarou o delegado Pedro Henrique Pillar, responsável pelas investigações.

Conforme o delegado, todos os presos não trabalhavam de forma lícita e faziam movimentações financeiras que giravam entre R$ 500 mil e R$ 3 milhões em suas contas bancárias.

"Alegar receber salário mínimo e fazer movimentações milionárias? Absolutamente incompatível. Isso se evidencia ainda mais com o resultado que tivemos hoje, a prática do tráfico de entorpecentes, da lavagem de dinheiro e também da posse dessas armas de fogo", disse Pedro Pillar.

Segundo a polícia, as movimentações eram realizadas de forma mensal ou a cada dois meses, e o grupo contava com distribuição de tarefas, fornecedores e aportes financeiros.

"A prática da compra e venda de veículos, além de ser uma forma de esses indivíduos ostentarem o valor do crime, é justamente uma das formas de dissimulação dos valores, caracterizando nitidamente a prática da lavagem [de dinheiro]", afirmou Pillar.

Outro ponto que conecta o grupo aos homicídios é o fato, segundo a polícia, de algumas armas estarem escondidas em tubos de PVC, "para ocultação, possível revenda ou utilização para atividades criminosas, como o homicídio", disse a polícia.

"Com as apreensões, mais uma vez se confirma, se ressalta a questão do envolvimento do tráfico, dessa verdadeira simbiose entre tráfico de drogas e homicídios praticados, principalmente os homicídios com nítida característica de execução, tendo em vista eventuais dissidências entre traficantes, disputas territoriais em Campo Grande ou até mesmo no translado das drogas de Campo Grande para outros estados", concluiu Pillar. 

Caso Gabriel  Segundo relato dos familiares do rapaz, quatro homens encapuzados chegaram na casa, localizada na Rua Sambacuim, dentro de um Volkswagen Gol vermelho rebaixado e com aros esportivos, efetuaram os tiros e fugiram.

Fonte: correiodoestado.com.br

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