Notícia

Brics cobra US$ 1,3 trilhão em financiamento climático até a COP30

Compartilhar:
Cover Image

Países mais ricos são chamados a assumir mais responsabilidades.

Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

A iniciativa de captação de recursos, chamada Mapa do Caminho de Baku a Belém US$ 1,3 trilhão, destaca a importância de se chegar a esse valor até a COP30, em novembro

Os países do Brics publicaram nesta segunda-feira (7) uma declaração conjunta em que cobram os países mais ricos a ampliarem a participação nas metas de financiamento climático. A iniciativa de captação de recursos, chamada Mapa do Caminho de Baku a Belém US$ 1,3 trilhão, destaca a importância de se chegar a esse valor até a COP30, em novembro.

“Expressamos séria preocupação com as lacunas de ambição e implementação nos esforços de mitigação dos países desenvolvidos no período anterior a 2020. Instamos esses países a suprir com urgência tais lacunas, a revisar e fortalecer as metas para 2030 em suas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) e a alcançar emissões líquidas zero de GEE [gases do efeito estufa] significativamente antes de 2050, preferencialmente até 2030, e emissões líquidas negativas imediatamente após”, diz um dos trechos do documento.

A defesa do multilateralismo foi uma das principais bandeiras do grupo, reunido na Cúpula de Líderes, no Rio de Janeiro. Nesse sentido, o Brics reforça o papel da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC) e o Acordo de Paris como principal canal de cooperação internacional para enfrentar a mudança do clima.

O entendimento é de que a mobilização de recursos é responsabilidade de países desenvolvidos para com países em desenvolvimento. O grupo reconhece que há interesses comuns globais, mas capacidades e responsabilidades diferenciadas entre os países.

O texto aponta a existência de capital global suficiente para lidar com os desafios climáticos, mas que estão alocados de maneira desigual. Além disso, enfatiza que o financiamento dos países mais ricos deve se basear na transferência direta e não em contrapartidas que piorem a situação econômica dos beneficiados.

“Enfatizamos que o financiamento para adaptação deve ser primariamente concessional, baseado em doações e acessível às comunidades locais, não devendo aumentar substancialmente o endividamento das economias em desenvolvimento”, ressalta o documento.

Os recursos públicos providos por países desenvolvidos teriam como destino as entidades operacionais do Mecanismo Financeiro da UNFCCC, incluindo o Fundo Verde para o Clima (GCF), o Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF), o Fundo de Adaptação, o Fundo de Resposta a Perdas e Danos (FRLD), o Fundo para Países Menos Desenvolvidos e o Fundo Especial para Mudança do Clima.

Além do envolvimento de capital público, são defendidos investimentos privados no financiamento climático, de forma a proporcionar também o uso de financiamento misto.

“Destacamos que o Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF), proposta para lançamento na COP30, tem potencial de ser um instrumento promissor de finanças mistas, capaz de gerar fluxos de financiamento previsíveis e de longo prazo para a conservação de florestas em pé”, diz a declaração.

Mercado de carbono Outros destaques da declaração foram a defesa dos dispositivos sobre mercado de carbono, vistos como forma de catalisar o engajamento do setor privado. O Brics se compromete a trocar experiências e atuar em cooperação para promover iniciativas na área.

Em outro trecho do documento, é mencionado o apoio ao planejamento nacional que fundamenta as Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs), vistas como “principal veículo para comunicar os esforços de nossos países no enfrentamento à mudança do clima”.

Há ainda espaço para condenação e rejeição às medidas protecionistas unilaterais, tidas como punitivas e discriminatórias, que usam como pretexto as preocupações ambientais. São citados como exemplo, mecanismos unilaterais e discriminatórios de ajuste de carbono nas fronteiras (CBAMs), requisitos de diligência prévia com efeitos negativos sobre os esforços globais para deter e reverter o desmatamento, impostos e outras medidas.

Fonte: Agência Brasil

Compartilhar:

Comentários

sem comentários

Faça login ou cadastro para poder comentar

MATÉRIAS RELACIONADAS

Cover Image

Zelensky diz que aceitaria acordo com Trump sobre terras raras: 'Precisamos deter Putin e proteger o que temos'

Em entrevista à agência Reuters, o presidente da Ucrânia diz que vai oferecer uma parceria para os Estados Unidos em troca de garantias de segurança. Segundo ele, a Ucrânia tem as maiores reservas de titânio da Europa.

Saiba mais
Cover Image

Seminário Internacional da Rota Bioceânica avança em acordos para integração, logística, infraestrutura e segurança

6º Foro de los Gobiernos Subnacionales del Corredor Bioceânico foi encerrado hoje (20), em Campo Grande

Saiba mais
Cover Image

Fechamento do aeroporto de Heathrow, em Londres, provoca efeito cascata e caos na aviação global

Fechamento afetará pelo menos 1.351 voos de entrada e saída do aeroporto, de acordo com o Flightradar24; polícia antiterrorismo lidera investigação sobre incêndio que causou fechamento

Saiba mais
Cover Image

Lula participa de jantar com Putin na véspera dos 80 anos do Dia da Vitória

Presidente russo ofereceu jantar no Kremlin para autoridades que estão em Mosocu. Evento nesta sexta (9) marca vitória sobre os nazistas na Segunda Guerra Mundial

Saiba mais
Cover Image

Suprema Corte da Argentina determina prisão de Cristina Kirchner; condenação é política, diz ex-presidente

Juízes rejeitaram recurso para anular condenação com pena de seis anos, nesta terça-feira (10). Por ter mais de 70 anos, ex-presidente pode pedir prisão domiciliar

Saiba mais
Cover Image

Gestores brasileiros retidos em Israel conseguem chegar à Jordânia

Parte dos gestores municipais brasileiros que ficaram retidos em Tel Aviv após o início dos conflitos entre Israel e Irã, na última quinta-feira (12), conseguiu cruzar a fronteira com a Jordânia em segurança

Saiba mais