Um homem de 48 anos, foi preso em flagrante na tarde de ontem (8) pela Delegacia de Polícia de Atendimento à Mulher (DAM) de Três Lagoas após uma tentativa de feminicídio contra sua ficante.
A denúncia da agressão foi realizada pela assistente social do Hospital Nossa Senhora Auxiliadora, local onde a vítima buscou atendimento médico após ter a mandíbula quebrada durante as agressões. Ainda segundo a denúncia, o agressor estaria rondando o hospital e tentado ter acesso à vítima durante o atendimento médico.
A equipe policial da DAm conseguiu localizar o homem em sua residência e deu voz de prisão ao suspeito, que foi conduzido à Delegacia da Mulher para providências cabíveis e passará por audiência de custódia, ficando à disposição do Poder Judiciário.
As medidas cabíveis previstas na Lei Maria da Penha (Lei 11.340/2006) foram adotadas, incluindo a oitiva da vítima na unidade de saúde e pedido de medidas protetivas de urgência. A delegada de polícia representou ao Poder Judiciário pela decretação da prisão preventiva do suspeito.
A vítima permanece internada para cirurgia politrauma a ser realizada por médico bucomaxilo.
O caso se soma à estatística do Anuário Brasileiro da Violência de que, em Mato Grosso do Sul, três mulheres são vítimas de algum tipo de violência por hora, seja violência doméstica, estupro, tentativa de feminicídio ou feminicídio.
De acordo com dados da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), de janeiro até o dia 21 de julho deste ano, 13.864 mulheres foram vítimas de algum tipo de crime, a maioria, de violência doméstica (12.643). Isso significa dizer que, por dia, 68 mulheres sofrem algum tipo de agressão no estado.
Casos recentes O primeiro caso de 2025 foi a morte de Karina Corin, de 29 anos, nos primeiros dias de fevereiro, baleada na cabeça pelo ex-companheiro, Renan Dantas Valenzuela, de 31 anos.
Já o segundo feminicídio deste ano no Estado foi a morte de Vanessa Ricarte, esfaqueada aos 42 anos, por Caio Nascimento, criminoso com passagens por roubo, tentativa de suicídio, ameaça, além de outros casos de violência doméstica contra a mãe, irmã e outras namoradas.
No terceiro caso, a vítima foi Juliana Domingues, de 28 anos, assassinada com golpes de foice pelo marido, na noite do dia 18 de fevereiro, na comunidade indígena Nhu Porã, em Dourados, município localizado a 226 quilômetros de Campo Grande.
Quatro dias depois, no dia 22 de fevereiro, Mirieli dos Santos, de 26 anos, foi a quarta vítima do ano, morta a tiros pelo ex-namorado, Fausto Junior, no município de Água Clara - localizado a 193 km de Campo Grande.
No dia seguinte, Emiliana Mendes, de 65 anos, foi morta no município de Juti, localizado a 310 km de distância de Campo Grande. A vítima foi brutalmente atacada pelo suspeito, que, após esgana-la, arratou seu corpo até uma residência e colocou em cima de um colchão, a fim de simular uma eventual morte natural.
O sétimo caso de feminicídio registrado em 2025 foi o de Giseli Cristina Oliskowiski, morta aos 40 anos, encontrada carbonizada em um poço no bairro Aero Rancho, em Campo Grande. O crime aconteceu no dia 1º de março;
Já o oitavo feminicídio foi o de Ivone Barbosa da Costa Nantes, morta a golpes de faca na região da nuca pelas mãos do então namorado no assentamento da zona rural de Sidrolândia batizado de Nazareth, em 17 de abril.
O nono caso foi registrado com o achado do corpo de Thácia Paula Ramos de Souza, de 39 anos, encontrado na tarde do dia 14 de maio, no Rio Aporé, em Cassilândia-MS, segundo divulgado pela Polícia Civil. De acordo com as informações, o crime aconteceu no dia 11 de maio.
Já o décimo caso, foi o de Simone da Silva, de 35 anos, na noite do dia 14 de maio, morta a tiros na frente dos próprios filhos por William Megaioli da Silva, de 22 anos, que se entregou à polícia ainda com a arma em mãos.
No 11º feminicídio de Mato Grosso do Sul, a vítima foi Olizandra Vera Cano, de 26 anos, que foi assassinada com golpes de faca no pescoço pelo marido de 32 anos, no dia 23 de maio. O autor acabou preso em flagrante, na cidade de Coronel Sapucaia, a 395 quilômetros de Campo Grande.
O 12º caso caso aconteceu no dia 25 de maio, no Hospital Regional de Nova Andradina, e vitimou Graciane de Sousa Silva, que foi vítima de diversas agressões durante quatro dias seguidos, na cidade de Angélica, distante aproximadamente 275 quilômetros de Campo Grande.
Seguindo a sequência, Vanessa Eugênia Medeiros, de 23 anos, e a filha Sophie Eugênia Borges, de apenas 10 meses, foram as 13ª e 14ª vítimas de femicídio, em Mato Grosso do Sul. As duas foram mortas e queimadas no dia 26 de maio, no bairro São Conrado, em Campo Grande. O autor do crime, João Augusto Borges, de 21 anos, que era marido de Vanessa e pai de Sophie confessou o duplo homicídio, e afirmou que o cometeu pois Vanessa queria se separar e ele não queria pagar pensão para a filha.
Já a 15ª morte por feminicídio em Mato Grosso do Sul neste ano, foi a de Eliane Guanes, de 59 anos, que foi queimada viva pelo capataz Lourenço Xavier, de 54 anos. De acordo com as informações, ele jogou gasolina no corpo de Eliane e ateou fogo na mulher, em fazenda na região da Nhecolândia, no Pantanal de Corumbá, onde os dois trabalhavam. O crime aconteceu na noite do dia 6 de junho.
Doralice da Silva, de 42 anos, foi a 16ª vítima de 2025, morta a facadas no dia 20 de junho, após uma discussão com o companheiro Edemar Santos Souza, de 31 anos, principal suspeito. O crime ocorreu na Rua dos Pereiras, na Vila Juquita, em Maracaju, a cerca de 159 quilômetros de Campo Grande.
A 17ª vítima foi Rose Antônia de Paula, foi encontrada morta e praticamente decapitada, em uma casa em Costa Rica no dia 28 de junho. Rose era moradora de Bonito e pretendia retornar para a cidade no dia do crime. Entretanto, vizinhas estranharam o fato de ela não ter aparecido para tomar café em uma lanchonete que costumava frequentar. Pouco tempo depois, ela foi encontrada morta.
No dia 4 de julho, a 18ª vítima foi Michely Rios Midon Orue, de 48 anos, morta a facadas pelo próprio filho, de 21 anos, que era esquizofrênico. O crime aconteceu no município de Glória de Dourados, distante aproximadamente 260 quilômetros de Campo Grande. A vítima foi morta com pelo menos cinco facadas, sendo o golpe fatal desferido na região da jugular.
O 19° caso aconteceu no dia 25 de julho, com a morte de Juliete Vieira, de 35 anos, que foi esfaqueada pelo irmão, Edivaldo Vieira, de 41 anos. O crime aconteceu na cidade de Naviraí, distante aproximadamente 359 quilômetros de Campo Grande.
A professora de Cinira de Brito foi a 20ª vítima, morta a facadas pelo marido no último dia de julho, em Ribas do Rio Pardo.
O último feminicídio do ano até o momento ocorreu em 3 de agosto, com a 21ª vítima, Salvadora Pereira, de 22 anos, sendo morta com um tiro na face. O disparo foi feito por seu marido durante uma discussão e ocorreu na frente dos filhos do casal, de 2 e 8 anos.
Como denunciar
Denúncias de violência doméstica podem ser feitas de forma sigilosa e segura pelo telefone 180 (Central de Atendimento à Mulher), 190 (Emergência) ou diretamente na Delegacia da Mulher mais próxima.
Fonte: correiodoestado.com.br
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